segunda-feira, 30 de março de 2015

Padaria das Trinas: Entrevista a Jesualdo de Oliveira Cunha

Jesualdo de Oliveira Cunha


1 – Qual é o seu nome?
R: Jesualdo de Oliveira Cunha.

2 – Há quanto tempo existe a Padaria das Trinas?
R: 130 anos.

3 – Quem são os proprietários, atualmente?
R: Sou eu, o Sr. Joaquim e a dona Eduarda.

4 – Qual o seu percurso na Padaria das Trinas? Não iniciou o seu percurso como proprietário, pois não?
R: Não. Eu vim para cá com 11 anos, vim trabalhar para a padaria, como padeiro. Depois estive no balcão, depois na pastelaria, trabalhei também um pouco no escritório, e cheguei onde cheguei.

5 – Há quanto tempo é o proprietário do espaço?
R: 10 anos mais ou menos.

6 – E como é que aconteceu essa passagem?
R: Eu vivi (desde pequenino, nós eramos 10 irmãos, o meu pai era sozinho a trabalhar) e fui criado aqui como um filho. Eu comia aqui, almoçava, jantava, dormia, depois estudava. Trabalhava das 3 da manhã até às 7 da tarde e depois ia estudar para a escola industrial até às 11 horas da noite, ia para a escola de noite.

7 – Se pudesse descrever a sua história e percurso aqui na Padaria das Trinas, com uma só palavra, qual seria?
R: Uma grande lição de vida. Aprendi mais aqui do que até a estudar. Esta foi a minha verdadeira escola. E pronto, isto é a minha vida.

8 – Qual é a especialidade da casa?
R: Nós aqui temos muitas especialidades. Esta é uma casa já com 130 anos, a maior parte das máquinas que estão aqui, ainda têm à volta de 60 anos. Ainda trabalhamos como trabalhávamos há 40, 50 anos. As máquinas que estão aqui ainda são as máquinas de quando eu vim para aqui trabalhar, a nível de padaria, fornos. Há outras, logicamente, porque a vida não pára e há as novas tecnologias mas o essencial na produção fazemos tudo à moda antiga, exatamente tudo. Desde pão, bolos, pão de ló. O pão de ló não é feito com ovos sintéticos nem enlatados, é feito exatamente como se fazia há 40 anos.

9 – O pão continua a ser feito como antigamente.
R: Exatamente. O pão pouco fermento leva, pouco sal leva, é amassado, tem o seu tempo de espera para entrar no forno, tem estanca, leva as voltas todas como antigamente, para isso temos que ter muita mão de obra, temos que ter muitos carrinhos de pão para trabalhar nesse sistema mas nós não abdicamos dessa maneira de ser que é aquilo que tem aguentado a empresa.

10 – Qual o motivo para esta opção de manter as técnicas artesanais na produção dos produtos?
R: Não quero mudar porque isto tem sido a base da empresa. O nosso sucesso, sucesso entre aspas não é, porque hoje estamos bem, mas não sabemos o amanhã, mas até à data de hoje não nos temos dado mal com esta maneira de trabalhar.

11 – Como é que se adaptou o lugar à mudança dos tempos?
R: Bem, porque as pessoas cada vez mais procuram tudo o que é singular. Falar dos milhos transgénicos, dos cereais transgénicos, nós aqui abdicamos disso. Há uma parte que é fundamental numa empresa, a parte informática, nós aí estamos sempre atualizados. A outra parte não vou muito nisso. As casas, mesmo a nível de restauração e tudo, as casas que têm sucesso são aquelas que continuam a manter os seus postos de trabalho e a trabalhar tudo como se trabalhava antigamente. Mesmo para o pão, seja pão, seja bolos, seja o que for, manter aquele cheirinho a pão, não é? Estar a comer um pão e cheirar a pão, comer um croissant e lembrar dos croissants antigos.

12 – Quantas pessoas trabalham na Padaria das Trinas?
R: 43

13 – Esse número tem descido ou não?
R: Não, temos mantido.

14 – Como surgiu o nome Padaria das Trinas?
R: O nome surgiu porque havia aqui um recolhimento, isto não era a rua das Trinas isto era Rua 5 de Outubro, mas havia ali um recolhimento de velhinhas antigamente, chamava-se recolhimento das Trinas. Depois, a empresa como estava aqui à beira do recolhimento, as pessoas falavam vamos ali ao recolhimento das Trinas. Então os antigos donos resolveram por o nome de Padaria das Trinas. Depois com o sucesso da padaria, dos seus produtos de padaria, pastelaria, restauração, serviços que a gente fazia de casamentos, instituições que a gente servia, que sempre fomos ajudando da maneira que pudemos, a rua começou a ter tanto movimento que passou-se a dar o nome da padaria à rua. A padaria é que deu o nome à rua das Trinas.

15 – Quais as principais dificuldades para a Padaria das Trinas nos tempos atuais?
R: É aguentar a produção atual que temos, aguentar todos os trabalhadores que temos, que é o fundamental, e procurar servir bem os clientes.

16 – Depois de tantos anos passados aqui na Padaria das Trinas, há algum produto, de todos os que produzem, que lhe seja mais especial?
R: Há. Há um produto que para mim é muito especial. E é especial porquê? Porque é uma criação minha que deu sucesso a nível nacional. Foi o pão saloio. A criação do pão saloio nasceu aqui nas Trinas há quase 25/30 anos. É um pão que nós fazemos com mistura de várias farinhas, amassado à nossa maneira, não vou dizer como, e cozido também à nossa maneira, que também não vou dizer como. Este pão, sendo uma criação minha, é um macro da história da empresa.

17 – Há alguma mensagem que queira deixar aos seus clientes e futuros clientes?
R: Que todos os clientes das Trinas e sem ser das Trinas, toda a gente aqui de Guimarães, incluindo todas as instituições, a câmara, etc. que tenham uma boa Páscoa, e que sejam pessoas felizes e que nunca deixem de vir às Trinas porque é uma casa de excelência. 

sábado, 28 de março de 2015

Padaria das Trinas: A padaria que deu nome à rua!

Fotografia de Diário de Notícias, 16/10/2014: Rua das Trinas 

O cheiro a pão quente e acabado de sair do forno não engana. Tínhamos chegado á famosa Padaria das Trinas. Na rua, homens e mulheres vestidos com uma farda branca “jogam” atarefados e sorridentes, ao mesmo tempo que entram e saem do interior da Padaria das Trinas. Ao lado, uma outra funcionária do espaço, decora a montra com o pão de ló de referência que trás tantas e tantas pessoas à cidade berço, Guimarães.

 Abriu as suas portas há mais de um século, mas não deixa os seus 130 anos enfraquecer as suas estruturas. A Padaria das Trinas é uma padaria/ pastelaria que prima pela continuidade do uso de técnicas artesanais na criação dos seus produtos. A tradição é importante para os proprietários Jesualdo Cunha, Joaquim Ribeiro e dona Eduarda, que fazem questão de conservar a confeção do pão manualmente, cozendo – o em forno de lenha. O pão, a pastelaria, os croissants e o famoso pão de ló, são as especialidades da casa. Todos os produtos, confecionados à moda antiga: “Nós aqui temos muitas especialidades. Esta é uma casa já com 130 anos, a maior parte das máquinas que estão aqui, ainda têm à volta de 60 anos. Ainda trabalhamos como trabalhávamos há 40, 50 anos. As máquinas que estão aqui ainda são as máquinas de quando eu vim para aqui trabalhar, a nível de padaria, fornos. Há outras, logicamente, porque a vida não pára e há as novas tecnologias mas o essencial na produção fazemos tudo à moda antiga, exatamente tudo. Desde pão, bolos, pão de ló. O pão de ló não é feito com ovos sintéticos nem enlatados, é feito exatamente como se fazia há 40 anos.”. Quem o afirma é Jesualdo Cunha, acrescentando que “ O pão pouco fermento leva, pouco sal leva, é amassado, tem o seu tempo de espera para entrar no forno, tem estanca, leva as voltas todas como antigamente. Para isso temos que ter muita mão de obra, temos que ter muitos carrinhos de pão para trabalhar nesse sistema mas nós não abdicamos dessa maneira de ser que é aquilo que tem aguentado a empresa.” Com 43 funcionários e responsável pelo fornecimento de pão a um grande número de instituições, a produção não pára.

Jesualdo Cunha, proprietário da Padaria das Trinas

Jesualdo de Oliveira Cunha, chegou à Padaria das Trinas com apenas 11 anos de idade: “Eu vivi (desde pequenino, nós eramos 10 irmãos, o meu pai era sozinho a trabalhar) e fui criado aqui como um filho. Eu comia aqui, almoçava, jantava, dormia, depois estudava. Trabalhava das 3 da manhã até às 7 da tarde e depois ia estudar para a escola industrial até às 11 horas da noite, ia para a escola de noite.” Trabalhou como padeiro, no balcão, na pastelaria, no escritório e por fim, chegou a proprietário juntamente com Joaquim Ribeiro (também ele antigo funcionário) e Maria Eduarda Mendes Pinto Fernandes, descendente da família fundadora. A padaria das Trinas, segundo Jesualdo Cunha, tem-se adaptado bem à mudança dos tempos “as pessoas cada vez mais procuram tudo o que é singular. Falar dos milhos transgénicos, dos cereais transgénicos, nós aqui abdicamos disso. Há uma parte que é fundamental numa empresa, a parte informática, nós aí estamos sempre atualizados. As casas, mesmo a nível de restauração e tudo, as casas que têm sucesso são aquelas que continuam a manter os seus postos de trabalho e a trabalhar tudo como se trabalhava antigamente. Mesmo para o pão, seja pão, seja bolos, seja o que for, manter aquele cheirinho, não é? Estar a comer um pão e cheirar a pão, comer um croissant e lembrar dos croissants antigos.” 

O pão saloio é uma criação da casa. Nasceu nas Trinas há quase 25/30 anos e é um produto muito especial para Jesualdo porque para além de ter sido uma criação sua, foi um sucesso a nível nacional: “É um pão que nós fazemos com mistura de várias farinhas, amassado à nossa maneira, não vou dizer como, e cozido também à nossa maneira, também não vou dizer como. Este pão, sendo uma criação minha, é um macro da história da empresa.” O nome Trinas foi retirado a um recolhimento de idosas que havia na antiga Rua 5 de Outubro, o recolhimento das Trinas. Como a empresa estava ao lado do recolhimento, os donos resolveram dar o nome de Padaria das Trinas. “Com o sucesso da padaria, dos seus produtos de padaria, pastelaria, restauração, serviços que a gente fazia de casamentos, instituições que a gente servia, que sempre fomos ajudando da maneira que pudemos, a rua começou a ter tanto movimento que passou-se a dar o nome da padaria à rua.” (Jesualdo Cunha) Foi assim que a Rua 5 de Outubro começou a chamar-se Rua das Trinas. 

Já nesta altura sucesso era a palavra-chave desta empresa. Hoje em dia, ninguém se esquece da Padaria que deu o nome à rua das Trinas, assim como quem lá trabalha não se esquece de manter as tradições ao longo de mais de 130 anos de existência.

Fotografia antiga da rua 

Interior da Padaria das Trinas atualmente

Decoração da Padaria das Trinas: Azulejos pintados à mão - imagens do ofício de fazer pão

Júlio Mendes Fernandes, fundador da Padaria das Trinas


quarta-feira, 25 de março de 2015

My Mini Spa!

O My Mini Spa, é um spa localizado na rua Dr. José Sampaio, nº 18, em Guimarães. Nasceu no dia 21 de junho de 2014 e oferece uma diversidade de serviços que zelam pela sua beleza, saúde e bem-estar. O In Guimarães, esteve à conversa com a proprietária do local, Joana, e dá agora a conhecer aos vimaranenses um pouco do My Mini Spa e do que o espaço tem para oferecer.


1 – Que tipo de serviços o My Mini Spa oferece?
R: Mãos, portanto temos verniz de gel, unhas de gel, nail art e também temos serviço de pés, pédicure, temos de rosto, de corpo, temos tratamentos de beleza, depilação a laser, depilação a cera.

2 – De todos os serviços oferecidos qual é o que tem mais saída?
R: Os que têm mais saída são as massagens e as unhas. E no verão, os pés também.

3 – Qual o feedback que as pessoas que passam por aqui lhe dão?
R: Quando entram gostam do espaço, depois quando gostam do serviço, o que acontece muitas vezes, felizmente, aconselham a outras pessoas e é um sinal de que gostaram do nosso trabalho, e depois vão-se tornando clientes habituais. Eu comecei do 0, sem clientes e depois tive de conquistar cada um dos clientes que vinha cá por isso o melhor feedback é as pessoas virem mais vezes, é sinal de que gostaram.

4 – A Joana mora aqui em Guimarães? Conhece as pessoas?
R: Sim, às vezes conheço de vista. As pessoas entram e reconhecem por me verem a passar na rua, como é uma cidade pequena, não é muito difícil ir reconhecendo as pessoas.

5 – Qual é a maior dificuldade, devido aos tempos complicados pela qual o país passa, que o My Mini spa encontra?
R: A maior dificuldade… Eu acho que como há uma grande concorrência nesta área, acho que é tentar manter a qualidade acima de tudo e um preço competitivo. Portanto, nunca baixar a qualidade, e nunca perder muito no preço porque se alguém vem aqui por causa do preço, facilmente nos trocam por uma pessoa que tenha o preço mais baixo, nem que seja um euro. Então, uma pessoa tem que vir cá porque gosta do serviço e porque a relação qualidade/ preço é muito boa.

6 – Entre todos os serviços oferecidos pelo My Mini Spa, há algum em especial que aconselhe para começar?
R: Eu acho que depende das pessoas. Há pessoas que ligam muito às mãos, por exemplo, ainda há pouco eu tive aqui uma cliente que me disse que a primeira coisa que ela olha é as mãos. E acho que sim, hoje em dia cada vez mais as mulheres, e cada vez mais os homens também, ligam muito às mãos, ter umas unhas saudáveis, bonitas. Ou então uma pessoa que não liga tanto à aparência mas ao bem-estar, uma massagem de relaxamento. Uma pessoa que goste de se sentir bem, acho que sim.

7 – O sexo masculino, costuma frequentar o espaço?
R: É engraçado que quando eu projetei o espaço, não fui eu que decorei, mas quando pedi para me decorarem pedi para fazerem uma decoração que não fosse feminina. Que um homem entrasse aqui e não dissesse: ” isto é tudo cor-de-rosa, é só para mulheres”. Eu pedi que não fosse cor-de-rosa porque gostava que uma mulher se sentisse bem aqui, mas que um homem também se sentisse bem. Infelizmente não tenho assim muitos homens, mas acho que cada vez mais procuram a depilação a laser, e procuram cada vez mais cuidados de pés e de mãos.

8 – Qual é o horário de funcionamento?
R: É muito versátil. Apesar de ser aquele que está ali na porta, mas é muito versátil porque depois se marcarem comigo outra hora qualquer, por exemplo, na hora de almoço que tenho muita aderência também, eu estou cá. Portanto, apesar de ser 9:30 ao 12:30 e das 15:00 às 19:30 horas, depois acaba por ser muito versátil.

9 – Na sua opinião, o que difere o My Mini Spa dos outros estabelecimentos?
R: A gama de serviços que nós temos para oferecer. Embora não sejam muitos, mas eu prefiro ter poucos serviços e serem bem realizados e com qualidade do que ter muitos serviços e depois perder um bocadinho na qualidade. Acho que aquilo que difere é para já a boa localização, e depois uma boa relação qualidade-serviço-preço nesta localização acho que não tem concorrência.

10 – Há alguma mensagem que queira deixar aos seus clientes e futuros clientes?
R: Para vir cá experimentar. Acho que é essa a mensagem, acho que vão gostar porque não só é importante a aparência física, que nós aqui tratamos, como também tratamos da saúde e do bem-estar. Que é o mais importante.










segunda-feira, 23 de março de 2015

O Berço da Cortiça - Entrevista!

No passado sábado, o In Guimarães apresentou um artigo sobre a loja "O Berço da Cortiça". Segue agora, para aqueles que ficaram curiosos, a entrevista completa a Sara Carvalho, proprietária do local. 


1 – Qual é o seu nome?
R: Sara Carvalho

2 – Qual é a morada do estabelecimento?
R: Rua Dr. Avelino Germano, nº 94/96. Mas é mais conhecido como Largo da Tulha.

3 – Como se chama o dono?
R: Sara Carvalho e João Pinto.

4 – São os donos desde que abriu a loja?
R: Somos, sócios-gerentes da loja.

5 – Há quando tempo é que abriu?
R: Desde outubro. Há meio ano.

6 – Todos os materiais que aqui são vendidos são feitos à base de cortiça?
R: Sim, cortiça 100 por cento nacional.

7 – Que tipos de objectos as pessoas podem encontrar aqui na loja?
R: Bijuteria. Malas. Carteiras. Relógios. Colares. Pulseiras. Isqueiros. Lenços com pendente. Apesar de os cachecóis não serem de cortiça têm sempre alguma coisa de cortiça como o pendente. Guarda-chuvas. Chapéus. Agendas. Cadernos. Outros produtos mais direccionados para turistas como as bases com o lenço dos namorados, com desenhos alusivos ao património português como o galo de Barcelos, um bocadinho de tudo.

8 – Como é que tiveram a ideia de abrir esta loja?
R: A ideia saiu do gosto pela cortiça. Acho que nós temos que apoiar aquilo que é nosso e a cortiça é 100 por cento nacional. Nós somos o maior produtor mundial de cortiça e estamos a falar de um produto com extrema qualidade e direcionado para uma classe, para um público-alvo que gosta de proteger a floresta. Porque quando nós fazemos uma mala não é necessário deitar a baixo as árvores, a cortiça depois rejuvenesce e 9 anos depois podes tirar a cortiça. Ou seja, são pessoas que gostam de requinte, bom gosto e ao mesmo tempo pessoas que protegem o ambiente uma vez que não é necessário deitar árvores a baixo para produzir uma peça de cortiça.

9 – Relativamente à construção dos materiais, quem é que trabalha neles?
R: Nós tentamos sempre que possível comprar a fornecedores diferentes. Diferentes e pequenos fornecedores, pequenos artesãos de cortiça. Por isso é feito por essas pessoas, não por nós. Nós apenas comercializamos mas tentamos ir ao encontro do artesanato e daquilo que é antigo também. Não só comprar em grandes quantidades mas também comprar a pessoas que trabalham a cortiça de um modo mais delicado e em pequenas quantidades. No fundo é isso.

10 – De todos os produtos aqui da loja quais é que têm mais saída?
R: Sem dúvida uma coisa que investimos mais tarde, que foi as canetas com os nomes. Em termos de quantidade é o que tem mais saída. É uma coisa que é simples, é barata e é diferente. Tem o próprio nome da pessoa e é uma coisa para oferecer. Em termos de quantidade, em termos de volume de negócio não. São os colares, as porta-malas. Ou seja, em termos de valor é mais por aí. Em termos de quantidade são as canetas. Porque são coisas mais pequeninas, e passam aqui bastantes turistas que pegam e levam para dar uma lembrança a alguém, sejam estrangeiros ou portugueses.

11 – Têm todo o tipo de nomes?
R: Não. Mas temos a possibilidade de, se for alguém daqui perto ou venha cá a Guimarães, o fornecedor fazer o nome da pessoa em questão.

12 – O que a levou a abrir uma loja nos tempos de hoje, complicados a nível financeiro?
R: Acho que foi mesmo por estarmos em tempos complicados, obriga a procurar outras alternativas e então, decidimos apostar num sector que acho que tem futuro, que é necessário. E ainda por cima estamos a vender algo que é nosso, nosso português e estamos a valorizar.

13 – Qual é o feedback que as pessoas lhe dão em relação ao projeto?
R: As pessoas gostam muito. Gostam muito da loja, dos produtos, apesar de não termos tudo vamos tendo cada vez mais coisas. As pessoas ficam admiradas como é que através da cortiça é possível fazer este tipo de coisas tão requintadas. Uma mala tão perfeita com uma naturalidade e flexibilidade muito grande, ficam admiradas como é possível através da cortiça fazer um guarda-chuva por exemplo, que anda lá fora, é impermeável, não entra água, ficam admiradas.

14 – Qual o motivo para a escolha do nome “O Berço da Cortiça”?
R: Foi complicado. Escolher o nome foi um bocado complicado. Mas está relacionado com a história de Guimarães. A cidade berço. Nós queríamos conjugar a cortiça com Guimarães.

15 – Como é que se encontra o negócio nos tempos que correm?
R: Há tempos piores, outros melhores. O inverno é sempre mais baixo porque para aí 60 ou 70 por cento das pessoas que nos compram são estrangeiros ou portugueses mas turistas e esta época agora está a melhorar mas é sempre mais complicada.

16 – Deseja deixar alguma mensagem aos seus clientes e futuros clientes?

R: Desejo. Primeiro agradecer aqueles que já vieram a preferência pela nossa loja e apelar às pessoas para virem cá e verem algo de diferente que lhes possa agradar. 

sábado, 21 de março de 2015

O Berço da Cortiça!

Já John Kennedy dizia “ Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade”. E foi uma oportunidade que João Pinto e Sara Carvalho viram na criação da loja O Berço da Cortiça na cidade de Guimarães.


“ Estarmos em tempos complicados obriga a procurar outras alternativas e decidimos apostar num setor que achamos que tem futuro, que é necessário. E ainda por cima estamos a vender algo que é nosso, nosso português.” Afirmou Sara Carvalho. Aberta desde outubro do ano passado, O Berço da Cortiça é uma loja de produtos criados à base de cortiça, situada no conhecido Largo da Tulha (Rua Dr. Avelino Germano, nº 94/96) em Guimarães. João Pinto e Sara Carvalho, revelam que a ideia da criação desta loja surgiu do gosto pela cortiça: “nós temos que apoiar aquilo que é nosso e a cortiça é 100 por cento nacional. Nós somos o maior produtor mundial de cortiça e estamos a falar de um produto com extrema qualidade e direcionado para uma classe, para um público-alvo que gosta de proteger a floresta. Porque quando nós fazemos uma mala não é necessário deitar a baixo as árvores, a cortiça rejuvenesce.” O Berço da Cortiça dá especial valor, segundo Sara Carvalho, aos pequenos artesãos, preferindo, sempre que possível, realizar a compra dos diversos produtos em quantidades menores e a diferentes fornecedores: “nós apenas comercializamos mas tentamos ir ao encontro do artesanato e daquilo que é antigo também. Não só comprar em grandes quantidades mas também comprar a pessoas que trabalham a cortiça de um modo mais delicado e em pequenas quantidades.” Desde malas, carteiras, relógios, isqueiros, agendas a chapéus, colares, anéis e até mesmo guarda chuvas, esta loja mostra ao público como é possível fazer trabalhos fortes e requintados a partir deste material: “As pessoas gostam muito. Gostam muito da loja, dos produtos, apesar de não termos tudo vamos tendo cada vez mais coisas. Ficam admiradas como é que através da cortiça é possível fazer este tipo de coisas tão requintadas. Uma mala tão perfeita com uma naturalidade e flexibilidade tão grande, como é possível através da cortiça fazer um guarda-chuva por exemplo, que anda lá fora, é impermeável, não entra água.” (Sara Carvalho)
Visitada por uma grande quantidade de turistas, quer estrangeiros quer nacionais, O Berço da Cortiça é um excelente lugar para comprar lembranças para aqueles que mais gosta. As canetas de cortiça com o nome das pessoas é mesmo o produto mais vendido do local: “É uma coisa que é simples, é barata e é diferente. Tem o próprio nome da pessoa e é uma coisa para oferecer.”
Se é aquela pessoa que gosta de juntar a proteção do ambiente a uma compra boa e diferente, O Berço da Cortiça é o lugar ideal para visitar quando passar pela bela cidade Berço, Guimarães.









sábado, 14 de março de 2015

Cervejaria Martins, a entrevista!

Na semana passada foi publicado no In Guimarães - Live. Buy. Enjoy um artigo sobre a famosa Cervejaria Martins. Já leu? Segue agora a entrevista completa ao dono do estabelecimento, Damião Martins. 

1 . Qual é o seu nome?
R: Damião Martins.

2 . Há quanto tempo existe a Cervejaria Martins?
R: Desde 1951. Embora já tivesse passado por várias transformações. Uma delas foi daquele lado, existia um género de mercearia que, naquela altura, se chamava Mercearia Fina, hoje seria Gourmet.

3 . O senhor é o proprietário?                                                           
R: Sim, eu e o meu irmão. Isto era do meu avô, depois passou para o meu pai e agora sou eu e o meu irmão.

4 . Vai passando de geração para geração…
R: Sim, já vai na terceira.

5 . Qual é a especialidade da casa?
R: Comida? Temos muita coisa. Temos, por exemplo, os pregos no pão, uma francesinha especial ótima, e depois temos uma comida regional típica portuguesa. Ainda hoje, a dobrada, tripas que também acho que são muito boas e outras coisas. 

6 . Já me disseram que aqui existem os melhores finos de Guimarães. Algum truque?
R: Provavelmente (ri). Não tem truques. São bem tirados. É a saída, a cerveja tem essa particularidade. É igual para todo o lado. É uma questão de ter sempre mais ou menos saída.

7 . Quem me disse que aqui existiam os melhores finos também afirmou que mal se acaba de beber um já estão a servir outro. E se a pessoa não quiser, há sempre alguém que queira.
R: Sim. É uma questão de educação dos funcionários. Eles são quase sempre feitos por nós, bem ou mal já lhes vamos tentando explicar como é que a casa funciona e isso é uma das maneiras da casa funcionar.

8 . Como se adaptou o lugar às mudanças dos tempos?
R: Vai-se adaptando. Temos tentado fazer as coisas que melhor nos serviriam e à cidade. Dentro das nossas possibilidades, prestar um bom serviço também à cidade. Servindo bem os clientes, as pessoas que por aqui passam, ficarem agradadas com o serviço e com a cidade.

9 . Acha que perderam alguma genuídade ou adaptaram-se bem às mudanças?
R: Adaptamo-nos bem. Temos tentado nos adaptar, embora hoje as coisas neste ramo estejam muito diferentes, e eu aí até lhe diria que nós continuámos um bocado na velha guarda. O tempo dirá se é uma boa opção ou não.

10 . Relativamente aos produtos alimentares utilizados. Dá atenção se são ou não caseiros. Se são portugueses…
R: É tudo, praticamente, fabricado na casa. São produtos portugueses, coisas boas, carnes boas. Essencialmente à base disso. Eu não trabalho muito com peixe, sem ser sardinhas pequeninas aos sábados com arroz de feijão vermelho. Mas, basicamente, é carne e temos muito cuidado com a compra das carnes.

11 . Na sua opinião, o que diferencia a Cervejaria Martins dos outros estabelecimentos?
R: Provavelmente a idade. Os outros se calhar são melhores do que eu numas coisas, eu sou melhor noutras.

12 . Cervejaria Martins. Qual o motivo para a escolha deste nome?
R: É de família.

13 . Como se encontra o negócio nos tempos de hoje? Qual a maior dificuldade?
R: Mal. Muito mau em relação ao que já foi. Já foi bastante melhor. Por várias condicionantes, uma delas a falta de estacionamento no Toural.

14 . Qual é a altura da semana que junta mais pessoas aqui na Cervejaria Martins?
R: Aos fins-de-semana.

15 . Como surgiu a ideia da decoração a partir de cachecóis?
R: É daquelas coisas, às vezes, que a gente não imagina no que vai dar. Já lá vão uns anos, um amigo que fazia várias viagens ao estrangeiro, representante de uma empresa de Guimarães, foi à Inglaterra e viu um bar com uns galhardetes e tal e trouxe. Nunca mais me esquece, a coleção dos galhardetes todos dos clubes da 1ª Liga Inglesa. Então a gente pôs aí. E as pessoas gostaram, acharam piada e traziam. Os emigrantes traziam, e começou a haver aqueles clientes que quando iam ver o Vitória traziam, outros que passavam por aqui e não viam o seu clube e mandavam por correio. Tenho o dobro ou o triplo. Cada passo mando lavar e tenho que os substituir todos. Tenho três mudas de cachecóis. (ri)

16 . Deseja deixar alguma mensagem aos seus clientes e futuros clientes?
R: Que tenham muita saúde e dinheiro para vir aqui gastar que é uma coisa que está difícil. Mas estou convencido que isto vai mudar, as coisas vão para a frente. 

Não perca na próxima semana, mais um artigo sobre o comércio tradicional de Guimarães!

sábado, 7 de março de 2015

Cervejaria Martins!

Cervejaria Martins
Situa-se em pleno Largo do Toural, num edifício com ambiente rústico e decorado com vários cachecóis de equipas de futebol. A Cervejaria Martins tornou-se, com o passar dos anos, numa instituição de passagem para aqueles que visitam Guimarães.

1951 foi o ano que saudou a Cervejaria Martins. Esta instituição, que foi sofrendo alterações ao longo das três gerações que passaram por ela, é hoje o local ideal para quem deseja usufruir de uma boa refeição. “Temos muita coisa. Temos por exemplo os pregos no pão, uma francesinha especial ótima, e depois temos uma comida regional típica portuguesa.” Quem o afirma é Damião Martins, um dos donos do local. Refere também que tem especial atenção nos produtos alimentares utilizados: “É tudo praticamente fabricado na casa. Eu não trabalho muito com peixe, sem ser sardinhas pequeninas ao sábado com arroz de feijão vermelho. Mas basicamente é carne e temos cuidado com a compra das carnes.” E como uma boa refeição pede uma boa bebida, a Cervejaria Martins é, atualmente, conhecida pelos seus finos, já descritos por quem lá passa como “os melhores finos de Guimarães”. Damião Martins, quando questionado sobre este aspeto, diz que “não tem truques, são bem tirados. É uma questão de ter sempre mais ou menos saída.” Com a maioria dos lugares ao balcão, este é um dos lugares preferidos dos amantes de futebol. E a decoração do espaço não foge a esta regra. Um conjunto de cachecóis de diferentes equipas de futebol cobre todo o teto do espaço: “ É daquelas coisas que a gente não imagina no que vai dar. Já lá vão uns anos, um amigo que fazia várias viagens ao estrangeiro, representante de uma empresa aqui de Guimarães, foi à Inglaterra e viu um bar com uns galhardetes e trouxe-me. Nunca mais me esquece, a coleção dos galhardetes de todos os clubes da 1ª Liga Inglesa. Então a gente pôs aí. E as pessoas gostaram. Começou a haver aqueles clientes que quando iam ver o Vitória traziam, e depois tenho outros que passam por aqui e quando não veem o seu clube mandam pelo correio. Tenho o dobro ou o triplo. Cada passo mando lavar e tenho umas 3 mudas de cachecóis (ri)”. Apesar do escasso estacionamento, uma das maiores dificuldades para o comércio tradicional nesta zona do Toural, este é um local que merece a visita daqueles que adoram “casar” o futebol com uma boa francesinha e um fino fresquinho! E se o seu carro ficar longe, pense positivo, vai precisar de uma boa caminhada depois de provar as francesinhas da Cervejaria Martins!

Decoração da Cervejaria Martins