Na semana passada foi publicado no In Guimarães - Live. Buy. Enjoy um artigo sobre a famosa Cervejaria Martins. Já leu? Segue agora a entrevista completa ao dono do estabelecimento, Damião Martins.
1 . Qual é o seu nome?
R: Damião Martins.
2 . Há quanto tempo
existe a Cervejaria Martins?
R: Desde 1951. Embora
já tivesse passado por várias transformações. Uma delas foi daquele lado,
existia um género de mercearia que, naquela altura, se chamava Mercearia Fina,
hoje seria Gourmet.
3
. O senhor é o proprietário?
R: Sim, eu e o meu
irmão. Isto era do meu avô, depois passou para o meu pai e agora sou eu e o meu
irmão.
4 . Vai passando de
geração para geração…
R: Sim, já vai na
terceira.
5 . Qual é a
especialidade da casa?
R: Comida? Temos muita
coisa. Temos, por exemplo, os pregos no pão, uma francesinha especial ótima, e
depois temos uma comida regional típica portuguesa. Ainda hoje, a dobrada,
tripas que também acho que são muito boas e outras coisas.
6 . Já me disseram que
aqui existem os melhores finos de Guimarães. Algum truque?
R: Provavelmente (ri).
Não tem truques. São bem tirados. É a saída, a cerveja tem essa
particularidade. É igual para todo o lado. É uma questão de ter sempre mais ou
menos saída.
7 . Quem me disse que
aqui existiam os melhores finos também afirmou que mal se acaba de beber um já
estão a servir outro. E se a pessoa não quiser, há sempre alguém que queira.
R: Sim. É uma questão
de educação dos funcionários. Eles são quase sempre feitos por nós, bem ou mal
já lhes vamos tentando explicar como é que a casa funciona e isso é uma das
maneiras da casa funcionar.
8 . Como se adaptou o
lugar às mudanças dos tempos?
R: Vai-se adaptando.
Temos tentado fazer as coisas que melhor nos serviriam e à cidade. Dentro das
nossas possibilidades, prestar um bom serviço também à cidade. Servindo bem os
clientes, as pessoas que por aqui passam, ficarem agradadas com o serviço e com
a cidade.
9 . Acha que perderam
alguma genuídade ou adaptaram-se bem às mudanças?
R: Adaptamo-nos bem. Temos
tentado nos adaptar, embora hoje as coisas neste ramo estejam muito diferentes,
e eu aí até lhe diria que nós continuámos um bocado na velha guarda. O tempo
dirá se é uma boa opção ou não.
10 . Relativamente aos
produtos alimentares utilizados. Dá atenção se são ou não caseiros. Se são
portugueses…
R: É tudo,
praticamente, fabricado na casa. São produtos portugueses, coisas boas, carnes
boas. Essencialmente à base disso. Eu não trabalho muito com peixe, sem ser
sardinhas pequeninas aos sábados com arroz de feijão vermelho. Mas,
basicamente, é carne e temos muito cuidado com a compra das carnes.
11 . Na sua opinião, o
que diferencia a Cervejaria Martins dos outros estabelecimentos?
R: Provavelmente a idade.
Os outros se calhar são melhores do que eu numas coisas, eu sou melhor noutras.
12 . Cervejaria
Martins. Qual o motivo para a escolha deste nome?
R: É de família.
13 . Como se encontra o
negócio nos tempos de hoje? Qual a maior dificuldade?
R: Mal. Muito mau em
relação ao que já foi. Já foi bastante melhor. Por várias condicionantes, uma
delas a falta de estacionamento no Toural.
14 . Qual é a altura da
semana que junta mais pessoas aqui na Cervejaria Martins?
R: Aos fins-de-semana.
15 . Como surgiu a
ideia da decoração a partir de cachecóis?
R: É daquelas coisas,
às vezes, que a gente não imagina no que vai dar. Já lá vão uns anos, um amigo
que fazia várias viagens ao estrangeiro, representante de uma empresa de
Guimarães, foi à Inglaterra e viu um bar com uns galhardetes e tal e trouxe.
Nunca mais me esquece, a coleção dos galhardetes todos dos clubes da 1ª Liga
Inglesa. Então a gente pôs aí. E as pessoas gostaram, acharam piada e traziam.
Os emigrantes traziam, e começou a haver aqueles clientes que quando iam ver o
Vitória traziam, outros que passavam por aqui e não viam o seu clube e mandavam
por correio. Tenho o dobro ou o triplo. Cada passo mando lavar e tenho que os
substituir todos. Tenho três mudas de cachecóis. (ri)
16 . Deseja deixar
alguma mensagem aos seus clientes e futuros clientes?
R: Que tenham muita
saúde e dinheiro para vir aqui gastar que é uma coisa que está difícil. Mas
estou convencido que isto vai mudar, as coisas vão para a frente.
Não perca na próxima semana, mais um artigo sobre o comércio tradicional de Guimarães!
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