No passado sábado, o In Guimarães apresentou um artigo sobre a loja "O Berço da Cortiça". Segue agora, para aqueles que ficaram curiosos, a entrevista completa a Sara Carvalho, proprietária do local.
1 – Qual é o seu nome?
R: Sara Carvalho
2 – Qual é a morada do estabelecimento?
R: Rua Dr. Avelino Germano, nº 94/96. Mas é mais conhecido como Largo da
Tulha.
3 – Como se chama o dono?
R: Sara Carvalho e João Pinto.
4 – São os donos desde que abriu a loja?
R: Somos, sócios-gerentes da loja.
5 – Há quando tempo é que abriu?
R: Desde outubro. Há meio ano.
6 – Todos os materiais que aqui são vendidos são feitos à base de
cortiça?
R: Sim, cortiça 100 por cento nacional.
7 – Que tipos de objectos as pessoas podem encontrar aqui na loja?
R: Bijuteria. Malas. Carteiras. Relógios. Colares. Pulseiras.
Isqueiros. Lenços com pendente. Apesar de os cachecóis não serem de cortiça têm
sempre alguma coisa de cortiça como o pendente. Guarda-chuvas. Chapéus.
Agendas. Cadernos. Outros produtos mais direccionados para turistas como as
bases com o lenço dos namorados, com desenhos alusivos ao património português
como o galo de Barcelos, um bocadinho de tudo.
8 – Como é que tiveram a ideia de abrir esta loja?
R: A ideia saiu do gosto pela cortiça. Acho que nós temos que
apoiar aquilo que é nosso e a cortiça é 100 por cento nacional. Nós somos o
maior produtor mundial de cortiça e estamos a falar de um produto com extrema
qualidade e direcionado para uma classe, para um público-alvo que gosta de
proteger a floresta. Porque quando nós fazemos uma mala não é necessário deitar
a baixo as árvores, a cortiça depois rejuvenesce e 9 anos depois podes tirar a
cortiça. Ou seja, são pessoas que gostam de requinte, bom gosto e ao mesmo
tempo pessoas que protegem o ambiente uma vez que não é necessário deitar
árvores a baixo para produzir uma peça de cortiça.
9 – Relativamente à construção dos materiais, quem é que trabalha
neles?
R: Nós tentamos sempre que possível comprar a fornecedores
diferentes. Diferentes e pequenos fornecedores, pequenos artesãos de cortiça.
Por isso é feito por essas pessoas, não por nós. Nós apenas comercializamos mas
tentamos ir ao encontro do artesanato e daquilo que é antigo também. Não só
comprar em grandes quantidades mas também comprar a pessoas que trabalham a
cortiça de um modo mais delicado e em pequenas quantidades. No fundo é isso.
10 – De todos os produtos aqui da loja quais é que têm mais saída?
R: Sem dúvida uma coisa que investimos mais tarde, que foi as
canetas com os nomes. Em termos de quantidade é o que tem mais saída. É uma
coisa que é simples, é barata e é diferente. Tem o próprio nome da pessoa e é
uma coisa para oferecer. Em termos de quantidade, em termos de volume de
negócio não. São os colares, as porta-malas. Ou seja, em termos de valor é mais
por aí. Em termos de quantidade são as canetas. Porque são coisas mais
pequeninas, e passam aqui bastantes turistas que pegam e levam para dar uma
lembrança a alguém, sejam estrangeiros ou portugueses.
11 – Têm todo o tipo de nomes?
R: Não. Mas temos a possibilidade de, se for alguém daqui perto ou
venha cá a Guimarães, o fornecedor fazer o nome da pessoa em questão.
12 – O que a levou a abrir uma loja nos tempos de hoje, complicados a nível
financeiro?
R: Acho que foi mesmo por estarmos em
tempos complicados, obriga a procurar outras alternativas e então, decidimos
apostar num sector que acho que tem futuro, que é necessário. E ainda por cima
estamos a vender algo que é nosso, nosso português e estamos a valorizar.
13 – Qual é o feedback que as pessoas lhe
dão em relação ao projeto?
R: As pessoas gostam muito. Gostam
muito da loja, dos produtos, apesar de não termos tudo vamos tendo cada vez
mais coisas. As pessoas ficam admiradas como é que através da cortiça é
possível fazer este tipo de coisas tão requintadas. Uma mala tão perfeita com
uma naturalidade e flexibilidade muito grande, ficam admiradas como é possível
através da cortiça fazer um guarda-chuva por exemplo, que anda lá fora, é
impermeável, não entra água, ficam admiradas.
14 – Qual o motivo para a escolha do nome
“O Berço da Cortiça”?
R: Foi complicado. Escolher o nome foi
um bocado complicado. Mas está relacionado com a história de Guimarães. A
cidade berço. Nós queríamos conjugar a cortiça com Guimarães.
15 – Como é que se encontra o negócio nos
tempos que correm?
R: Há tempos piores, outros melhores. O
inverno é sempre mais baixo porque para aí 60 ou 70 por cento das pessoas que
nos compram são estrangeiros ou portugueses mas turistas e esta época agora
está a melhorar mas é sempre mais complicada.
16 – Deseja deixar alguma mensagem aos seus
clientes e futuros clientes?
R: Desejo. Primeiro agradecer aqueles
que já vieram a preferência pela nossa loja e apelar às pessoas para virem cá e
verem algo de diferente que lhes possa agradar.
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