Situa-se
no número 53 da Alameda de São Dâmaso, em
Guimarães. Abriu as suas portas há 95 anos. As paredes da Casa Júpiter carregam
um número sem fim de histórias e vivências daquele que é um negócio familiar
que percorre hoje, a terceira geração da família Faria.
Avelino Faria é o
proprietário da Casa Júpiter desde o ano de 1980, aproximadamente. A casa, que
iniciou trabalho nas mãos do seu avô há 95 anos, passou também pelas mãos do
seu pai. Nesta loja podemos encontrar, especialmente, guarda-chuvas e chapéus,
embora existam outros produtos, tal como explica o proprietário: “há outros artigos para
aquelas épocas sazonais em que é necessário vender qualquer coisa para não
estarmos parados mas fundamentalmente vendemos guarda-chuvas e chapéus.” A Casa
Júpiter está ligada, desde sempre, ao fabrico de guarda-chuvas. Valoriza, acima
de tudo, a qualidade do artigo e para que tal aconteça “temos fabrico de
guarda-chuvas numas determinadas referências do tempo do meu pai e do meu avô e
como não queremos o artigo chinês dentro de portas temos marcas ligadas a
Espanha.” Afirma Avelino Faria, acrescentando que “Agora com o artigo chinês
que por aí prolifera houve uma queda acentuada da venda dos guarda-chuvas e
entretanto veio a moda dos chapéus e começou a subir a venda dos chapéus numa
determinada gama porque na outra ligada aquelas pessoas ligadas à agricultura
só pessoas de muita idade é que usam e cada um que morre é menos um cliente de
chapéus. Agora há outros modelos que sendo moda, qualquer um, independentemente
da idade usa.”
Quer esteja Sol e
precise de um chapéu, quer esteja chuva e necessite de um guarda-chuva, a Casa
Júpiter tem as portas abertas para qualquer pessoa que passe por Guimarães. Uma
casa que, segundo o Sr. Faria se distingue “pelos anos que temos no mercado.
Somos bastante conhecidos cá na cidade e não só, o nosso produto é de
qualidade, não pretendemos vender médio ou baixo, é do médio para cima porque
quem nos conhece está habituado a que o artigo seja aquilo que pretende e vem
daí a diferença. Não temos uma casa moderna como as do Shopping nem como estas
novas que aparecem, é uma casa tradicional e temos a nossa clientela. Mas
principalmente pela qualidade se não penso que não estaríamos cá há 95 anos.” O
nome Casa Júpiter surgiu aquando a chefia do pai de Avelino Faria. “Foi o meu
pai que na altura achou que deveria ter uma marca para os guarda-chuvas para
ser personalizado. Porque existiam outras no mercado nacional, para haver uma
distinção. Ele pensou nos astros, Júpiter é o Deus dos Deuses na mitologia
grega e ele achou curioso e pronto, ficou até aos dias de hoje. Temos essa
marca registada em guarda-chuvas.
Avelino
Faria viveu, ao longo destas décadas de chefia da Casa Júpiter, muitas
histórias que o marcaram pela positiva. Uma delas foi a história de um amigo
que queria a todo o custo um chapéu que lhe coubesse direito na cabeça “um
amigo meu gastava bastante de cabeça, números. O número dele era bastante
grande. E chegava cá “Oh Faria, tem um chapéu para a minha cabeça?” Ele
experimentava, experimentava e nenhum lhe servia. E depois dizia “é uma casa
especializada e não tem chapéus para homens…” Passava um tempo e voltava. Até
que eu cheguei a uma altura que comecei a não gostar muito da brincadeira e
digo assim “espera que vou-te pregar a partida”. Ele veio mais uma vez e “
então já tens chapéus para homens?” E digo-lhe assim “olha, chapéus não tenho,
mas tenho a secção de campismo e eu arranjo-te um tolde.” Ele ficou aborrecido,
não gostou muito da piada mas foi remédio santo, ele nunca mais me veio
perguntar por tamanho de chapéus.”
Uma história entre muitas já vividas nesta casa tradicional. Uma história entre outras tantas que ainda irão chegar… Porque afinal, na Casa Júpiter, Chapéus há muitos… e guarda-chuvas também!
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